• A Puta da Vida É Super


          Para quem não sabe, enquanto não consigo viver apenas da escrita, trabalho como criativa numa agência de publicidade. Ou seja faço anúncios, aquelas coisas chatas que nos interrompem os programas ou as leituras. Confesso que, ao longo de dez anos de carreira, posso contar pelos dedos os anúncios de que me orgulho verdadeiramente. Já fiz muitas coisas giras, outras apenas engraçaditas e outras ainda que, embora correctas, comunicavam um produto que não me dizia nada (bancos, carros, computadores, seguros).
          Por isso, hoje é um momento emocionante na minha carreira publicitária. Consegui fazer um anúncio para um cliente que adoro (sou consumidora fiel há anos sem fim), sobre um escritor que também adoro (Miguel Esteves Cardoso) e para sair numa revista que costumo comprar. Mas acima de um anúncio daqueles que, se visse por aí, ia desejar ter sido eu a fazer.
          Claro que oportunidades destas não aparecem todos os dias, sobretudo por dois motivos. Primeiro, o contexto específico: a Time Out convidou o MEC para dirigir uma edição da revista, por sua vez o MEC lançou um livro que se chama “Como é linda a puta da vida” e por sua vez a Super Bock comprou o espaço para um anúncio nesta edição especial. Segundo, as pessoas certas: um cliente com uma enorme coragem para aprovar um título destes, um director criativo, o “meu” Pedro Magalhães, com uma enorme coragem para enviar uma proposta desta ao seu principal cliente e ainda uma dupla* que é como uma alma gémea criativa.
          Saiu isto. Eu adoro e estou muito orgulhosa.





     *em publicidade nós trabalhamos aos pares, em que um escreve (o redactor, neste caso eu) e outro desenha/Ilustra/compõe (o director de arte, neste caso a Sofia Silva que me acompanha há mais de 5 anos)
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